Intercâmbio voluntário na Grécia

Entrevistei minha amiga que foi fazer trabalho voluntário pela AIESEC

Nathália Bertani Barabás, 24 anos foi para a Grécia em 2014. Ela foi pela AIESEC realizar um trabalho voluntário numa casa de pessoas com deficiência, pois é psicóloga. Abaixo ela conta um pouco da experiência do seu trabalho voluntário, com a empresa e com essa viagem. Se você tem interesse em fazer trabalho/intercâmbio voluntário, seguem aqui ótimas dicas da Nana pra você!

1. Como foi viajar com a AIESEC?

Foi ótimo! A equipe era muito organizada e fez de tudo para eu me sentir a vontade. A AIESEC tem sede em várias universidades diferentes no mundo todo, então tanto aqui no Brasil quanto na Grécia, eu tive total apoio e suporte. É uma organização voltada para intercâmbios sociais especialmente para estudantes de graduação, que junta o prazer de viajar o mundo e a ajuda humanitária.

2. Como funciona pra fazer esse Tipo de viagem? Quais documentos você teve que levar? Tem alguma exigência pra poder participar?

O processo é bem simples e muito bacana. Primeiramente você tem que se inscrever e participar de uma reunião com um membro da equipe da AIESEC, eles te farão perguntas e analisarão o seu perfil para ver se você se encaixa no grupo. Existem algumas regrinhas básicas que você pode encontrar no site da instituição, como um tempo mínimo de graduação completo, idade mínima e máxima para se inscrever, ter conhecimentos de inglês. Tudo isso garantirá que tanto você quanto quem irá te receber terão uma experiência gratificante e segura. Tive que apresentar uma carta da minha faculdade, cópias dos documentos de identidade, fazer um pagamento (de um valor não muito alto, apenas para cobrir os encargos e manter a organização funcionando) e assinar alguns contratos para ser oficialmente aceita no projeto.

Nesse momento, um site foi liberado para mim, como uma base de vagas. Nesse site podemos ver quais são as posições disponíveis e alinhá-las aos seus conhecimentos, sua experiência, suas línguas e seu curso de graduação. Quando você escolhe, você pode mandar uma aplicação e, se for selecionado para aquela vaga, fará uma entrevista via Skype. Esses passos são muito importantes para garantir que tudo sairá perfeito para a viagem!

3. Quais eram suas obrigações durante a viagem?

As obrigação dependem muito do perfil da vaga que você selecionou. No meu caso, como estudante de psicologia, trabalhei em uma casa para pessoas com deficiência. Meu projeto era ligado à reintegração social, ou seja, fazíamos muitos passeios com os residentes da casa, íamos para a praia e tínhamos momentos de integração entre eles. O trabalho era durante 6h por dia, de segunda a sexta, o que garantia muito tempo para passear e conhecer a cidade. Além disso, elaborei um projeto junto com o psicólogo responsável sobre Burnout para trabalhadores da área da saúde e cuidadores (pontos para o currículo!).

Também temos que participar de algumas reuniões do grupo da AIESEC com sede no local. Essas reuniões são bastante divertidas e explicativas e tem como foco principal a integração.

4. Quanto tempo ficou e como funcionou a parte financeira?

O programa durou 35 dias para mim, mas varia de vaga para vaga. Você pode ficar por mais ou menos tempo, e isso tem que ser acordado com quem irá te oferecer a posição.

Quanto às questões de benefícios durante a viagem, também depende bastante de onde você irá ficar. Isso tem que ser visto com antecedência e ser muito levado em conta, pois faz uma grande diferença no bolso! No meu caso, eu fiquei hospedada no próprio local em que iria trabalhar e recebi café da manhã, almoço e jantar (fiz amizade com as pessoas da cozinha e também descolei muitos iogurtes e lanches para os passeios que fiz!). Algumas vagas, porém, não oferecem a residência no local, mas sim em uma casa de família ou albergue. As refeições podem ser inclusas ou não.

Alguns amigos meus ficaram em locais em que não tinham direito a nenhuma delas, o que foi bem ruim para eles! Por isso o ideal é pesquisar a vaga e perguntar tudo o que tem dúvida. Os custos de transporte são por conta do viajante, então separe uma graninha para isso! (obs: alguns países não tem catraca ou cobrador no transporte público, mas é obrigatório levar a passagem junto com você. Caso seja pego sem a passagem do dia, terá uma multa altíssima e muita dor de cabeça! Melhor evitar! Existem pacotes para estudantes que cobram mais barato).

5. Existem outras áreas para ser voluntário ou somente a que você foi, para os brasileiros?

As áreas são muitas: ajuda em escritórios de ONGs, trabalho de cuidador, consultoria para marketing das organizações, trabalhos de fotografia, ensino de idiomas, etc. Vale muito a pena para agregar no currículo e ganhar experiência. Por ser um programa a nível mundial, todas as vagas são abertas para todos os países (atenção na língua exigida pela vaga).

6. Por que a Grécia?

Costumo dizer que foi a Grécia que me escolheu, não o contrário. Tinha feito entrevista e garantido uma vaga para a Sérvia, pois queria conhecer o leste europeu e por lá as conexões de trem são bem fáceis. Todavia, um mês antes do meu intercâmbio, aconteceu uma onda de tempestades e inundações e eu perdi completamente o contato com o escritório de lá. Fui orientada pelo grupo do AIESEC que escolhesse outro programa de voluntariado e o da Grécia logo me saltou aos olhos. Era um trabalho em clínica e muito legal para as minhas áreas de interesse. Não tive dúvidas do destino pois escolhi pelo trabalho!

O local é maravilhoso e para um amante de artes e história como eu, é um prato cheio. A cidade inteira parece saída de um livro. Maravilhosa.


7. Recomendaria pra quem tem interesse?

Muito! Além de ajudar pessoas necessitadas, ganhar experiência e conhecer gente divertida e do bem do mundo inteiro, o custo é muito inferior a uma viagem normal. Você não gasta com estadia e alimentação (dependendo da vaga) e consegue ter muito tempo para realmente descobrir o local. Em 35 dias pude ver não somente o lado histórico e turístico da Grécia, mas conheci pessoas fantásticas que moravam ali, fiz amizades, conheci o lado b do país e me apaixonei ainda mais!

8. O que você achou da viagem, do país, da experiência e do trabalho voluntário?

Só coisas maravilhosas. Acredito que todos devem ter essa experiência durante a graduação, para garantir um aprendizado na prática, amadurecer, passar perrengues (porque sempre tem…) e expandir os horizontes. Vale muito a pena conhecer o projeto e separar um mês, pelo menos, para botar a mão na massa. Todos saem ganhando.

E aí, gostou?

Animado pra fazer seu intercâmbio voluntário? Pesquisa direitinho a área que você quer, fale com a AIESEC e procure as vagas. Sempre vai ter alguma em algum país!

Agradeço a Nathália por ter compartilhado essa linda experiência conosco.

E se você quiser saber mais, acesse o site deles aqui.

Um beijo!

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